As obras de restauração na Igreja Matriz São Gonçalo do Amarante têm nos revelado importantes pormenores de nossa história. Cada elemento artístico nos leva a viajar no tempo, estimula nosso diálogo com o passado e nos faz entrar em um mundo de fascinantes descobertas.
O último grande trabalho é a restauração do Altar de Santana, um dos altares colaterais da centenária Matriz. Uma obra fundamentada nos ideais clássicos, primada pela simplicidade, harmonia e equilíbrio das formas, bem característico do movimento cultural vivido a partir de meados do século XVIII.
Já no início de seu processo de restauração foram detectadas cinco camadas de repintura. Removidas manualmente com produtos e técnicas específicas até chegar na pintura original desvendou muito mais que uma obra de arte, expôs os primórdios de nossa história escondida por tantas camadas de tinta.
No alto do retábulo, uma combinação de letras esboça um símbolo, e que mesmo escondido nas repinturas, nota-se claramente uma forma tão conhecida. O monograma “M” de Maria demonstrando a sua verdadeira identidade. O Altar é de Nossa Senhora.
Altar de Santana ou Altar de Nossa Senhora? Na essência da história, presente e passado se relacionam, provocam inquietações e desafios. A comprovação veio das primeiras devoções. Em 1743, os pretos, forros e cativos, instituíram a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário colocando sua imagem em um dos altares colaterais, recém construído para assim festejarem sua devoção.
Bem-vindo, Altar do Rosário.
A Restauração do Altar é realizada pela Associação Museu e Arquivo Histórico de Catas Altas da Noruega – Memorial Padre Luiz Gonzaga Pinheiro através da empresa Anima Conservação, Restauração e Artes. Uma parceria com a SEDESE – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, com recursos do FUNDIF – Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos, e Paróquia São Gonçalo do Amarante.
Comments